Ilha da Culatra é uma publicação criada por três alunas da licenciatura em Design de comunicação da faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, com o foco no tema: Comunidade.

Carolina Duarte
Laura Araújo
Rita Afonso

A publicação propõe um ensaio visual onde exploramos uma comunidade singular e específica. 
Viajámos até à Ilha da Culatra, situada na Ria Formosa, em Faro, para conhecer esta pequena comunidade piscatória, marcada pela relação com o espaço que ocupa e com o que está para além dele. As particularidades que conhecíamos antes da visita alimentaram um imaginário sobre o local, que contrastou e se complementou com a experiência vivida na ilha. Foi a fusão entre a ideia pré-concebida e a realidade com que nos deparámos que deu origem a este ensaio.
Movemo-nos pelo interesse de conhecer e compreender, o território, a sua história, motivações e costumes. Um modo de viver enigmático, mas revelador, que nos leva a refletir sobre as diferenças que o distinguem, assim como os seus significados. A ilha comunica de um modo particular, e esta publicação é a tentativa de traduzir esse diálogo. 
Trata-se de interpretações visuais que refletem a nossa forma de ver este lugar e as suas pessoas, moldadas por quem contempla uma realidade afastada da sua com uma sensibilidade particular. Partindo de vivências reais e imaginadas, oferecemos ao leitor um imaginário subjetivo e envolvente para que ele possa ver a Culatra com o mesmo olhar atento e curioso que nos guiou.

“Nunca saí daqui!

 O mais longe que fui... foi à Nazaré, vê lá! De resto não vale a pena. Lá em terra não me interessa.”
“Contos verdadeiros que estavam perdidos na memória dos anciãos culatrenses, entre as impenetráveis brumas do passado ou abafados sobre os preconceitos da sociedade...”
“A pesca é um modo de vida que atravessa gerações. Para muitos, o mar não é apenas o lugar de trabalho, mas parte da própria identidade.”
“O casario estende-se perpendicular à ria numa esquadria desordenada que resiste ao tempo”
“Os locais de convívio são café-restaurantes da Ilha onde se juntam em grupos, quer de homens querem de mulheres.”